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Essas duas palavras sempre andaram juntas na minha vida e tudo começou bem lá atrás…. desde pequeno. O campo, as cocheiras, aquele papo resenha de criança curiosa, com o ferreiro, enquanto ele ferrava meu cavalo. Serragem na baia era eu mesmo que jogava, cuidava com carinho da minha sela e das “traia”… Até minha bota sempre estava engraxada. Tudo era motivo para estar ao lado dos cavalos, mais precisamente daquele q foi por muitos e muitos anos o “meu” cavalo.

Príncipe era o nome dele (foto), um castanho lindo…. marchador, imponente e grande amigo. Andava do meu lado sem guia, sem cabresto, tínhamos grandes descobertas juntos, cavalgando por lugares novos, diferentes. Nos cuidávamos. Me lembro como se fosse hoje, quantas tardes fazendo tarefas na própria baia. Minha família e eu vivíamos cavalos. Exposições, leilões, romarias, rodeios… sempre uniu nossa família. Meu pai, criador de Mangalarga Marchador, sempre nos manteve em contato com os animais. A hípica Santa Fé, em Veleiros, ficava a 800m da minha casa. A vida era escola de manhã, chegava em casa, almoço, banho e…. hípica. Só voltava início da noite.

Quantos momentos de pura alegria me vem nesse momento, aos 42 anos escrevendo esse texto. O coração fica quentinho de voltar no passado, ainda que por alguns minutos e “sentir” o cheiro daquela baia, lembrar daquele olhar parceiro.

Esse mundo equestre me reservou tantos outros momentos brilhantes, outros cavalos, grandes saudades, desde as romarias com meu pai, minha mãe e minha irmã… à competições de prova do tambor, leilões e exposições.

Pós infância, já na adolescência, a vida foi gerando algumas mudanças e muita coisa foi se transformando. Outros “mundos” começaram a surgir, mudança de país, futebol, vida social, trabalho, viagens e a vida foi se ajeitando longe dos cavalos. Mas eles nunca saíram da minha lembrança e da minha saudade.

Hoje, 2022 aos 42 anos, decidi viver novamente essa paixão e voltar pras minhas origens. Estabilizado profissionalmente em outra área, tomei uma decisão difícil (até meio maluca), visto que na minha área de atuação consegui atingir (e superar) meus objetivos, popularidade, entre outras conquistas…  mas ouvi o coração e vou “meter marcha”… viver tudo isso de novo. Agora de outra forma, mais experiente e de uma perspectiva profissional diferente, decidi voltar para aquilo que eu sentia muita falta.

O que nunca saiu de mim, fará de novo parte do meu dia dia. Pq só quem viveu essa paixão com cavalos, sabe do que escrevi acima. ♥